quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Diário de um Viajante* - Morro de São Paulo part. 1


Seja uma pessoa sem memórias e viva feliz! Ou na eterna dúvida

Que espaço você têm aqui Débora! Quis dizer a ela, mas resumi com 'descobri que amo esse arroz com leite de coco fresco.', faltou ainda algo como... 'uma delícia esse camarão nesse molho, creme de leite e pouco açafrão', afinal é mais caro que o grama do ouro, me disseram uma vez. No final senti uma leve pitada de gengibre, hummm, me surpreendeu; acho que poderia estar mais presente no prato todo. Por fim, prato que enche, que satisfaz, arroz com banana, essa da terra, ainda sim, supre.

Com uma cerveja gelada, que vida! Pé na areia, cadeira espreguiçadeira baixa e o mar, a poucos metros de você, mas tudo bem, sabemos que a maré ta cheia> mais que aquilo não chega, a partir de agora só descer mais!


De Salvador até Morro de São Paulo
Trajeto de Salvador até Morro de São Paulo
Comprei uma canga, enfim! Depois de meses com uma presenteada, mas um pouco ainda longe de meu estilo, sem muito buscar mas já atento, uma encheu meus olhos 'tipo indiana', pode ser chamada! Com elefantinhos espalhados ao redor de fundo alaranjado. Aliás não sei porquê estou nessa onda, de elefantes, não sei onde nasceu, mas gostei!

E como sempre, ao menos nos últimos tempos>> laranja, claro! De fundo alaranjado a canga, da hora, ficou legal. Ligação com o colar, imagina? Colar? Eu que nunca uso nada desse tipo, a não ser uma vez ou outra tempos atrás, vi a necessidade de comprar um bacana, semente de açai, de novo, HA, e talvez coquinhos creio, bom, a questão é: tipo raduken de ryu, em bolas intercaladas vermelhas e pretas com uma extensão diferenciada, dezzzz!

Ah, quero compartilhar O Vocabulário utilizado....
havaianas, chinelo, e tive de comprar outra, igual, preta, básica, a mais barata, 12 reais, porque a outra já tava quase me pregando uma rasteira, o de sempre, aquele feixe do dedão que uma hora arrebenta, bom, a minha durou bem, 10 anos acho, maravilha!

O vocabulário>>> seguimos
havaiana, chinelo, graviola, cupuaçu ou cajá, enguia, cara não arde, ôxi, rapá, bora, coco e muuito leite de coco, mas fresco, porque o de garrafa num presta, dendê, bem preto, esse é o de verdade! Guaiamu e patachocas, a esposa, aratu entra nessa; do mar, preia-mar/baixa-mar, nome bonito de verdade, da maré alta/baixa mesmo, pinaúna, ouriço? Ah, caramuru, igual ao filme, agora sei, A Moréia, aliás tem a ilha paradisíaca Moorea, Bora Bora talvez, Polinésia Francesa neh! Diferente de também Morea, antiga no sul da Grécia, Haaa!

E polvo, cuidado com polvo, entra em qualquer buraco e te sufoca. Sobe pela perna, daí pelas costas e vai direto pra sua cabeça. Loucura!!! Ficam entre as pedras, quando quiser 'faixiar', tem que ir com arpão, bom mesmo é facão, lanterna pra cegar o peixe, ou tocha com óleo queimado e tem que ficar parado na piscina natural daí só um golpe, direto na cabeça.

''Us caras enche o balde por aí...'', sempre banana da terra, inhame e cocada, claro! Até de goiaba, uma delícia, só jogar coco ralado na panela e ir jogando açúcar até ficar duro! Creio, bom, mas a moqueca, o alho precisa ser moído e o limão é muito importante. Se for de polvo, precisa tirar a cabeça e o dente; e que dentão parece.

Portal do Morro
O Portal do Morro
Vermelho, nunca ouvi falar desse peixe, tem pra tudo quanto é lado e lagosta também-nesse ponto me lembra a Noruega-, quarenta, cinquenta reais-nesse ponto não. Acerola e açaí também entram na dança, outro dia vi uma jaca, raro de ver por aqui, mas cacau pra tudo quanto é lado, aliás, cacau não é chocolate, são duas coisas diferentes. Pega a semente do cacau, seca e rala. . . daí chocolate em pó, misture a gosto! Tapioca dezz também, pega o suco da mandioca, seca e vira pó, pra tapioca, tudo igual, até de mercado ou do que vem da roça.

Outra coisa que se aprende, não é o mar, é o vento, é tudo culpa do vento; ele que agita o mar, logo, o barco sacode...

E lembro do que disseram no cruzeiro>> "..experiências comprovam que não importa quanto tempo você tem no mar, a quanto tempo é marinheiro, uma vez no bote salva-vidas, todo mundo mareia, uma hora ou outra todo mundo vomita.."; por isso, num momento de emergência em um desses, pastilha pra dentro. Pastilha anti-mareio, eles chamam. Agora qual é essa pastilha, lá sei eu, e tem certas coisas, como essa, que nunca é bom ficar perguntando muito, seu curioso!

De seis em seis horas, também aprendi, que a maré sobe desce, sobe e desce...
'Águas de março', a mais terrível>> Por isso a música, nunca entendi, agora sim. Dizem que é a pior maré do ano, de março.

Terceira Praia, Morro de São Paulo
Praia mais pacata Terceira Praia
Prooonto, arrastado, viiiu...e tu, sempre! Abençoado, sacana, e muuuuita igreja, não física, mas nas pessoas, pregadores, todos, batista e evangélico, 'graças a deus', escutei outro dia, caraca, graças a deus por ter religião? 'Que loucura pensei'- enquanto o Beleza cortava meu cabelo, bem baixo, ficou sucesso depois, e ele quer seguir a vontade de deus e ser pregador, isso tudo rolando e um moleque gritando no rádio, pregando, berrando, literalmente
mesmo, nossa, nem sei como, mas aguentei bastante em ter ficado ali, mas o cara corta bem o cabelo e eu já tava tranquilo de andar. agora, um MOLEQUE pregador, brincadeira isso, por isso gosto da Suécia>> propaganda usando menores foi proibida! Senão dá nisso, uma criança começa a comer sua mente com umas coisas que nem ela sabe da onde veio, nem sente mesmo, porque se sentisse, não precisava ficar gritando tanto, creio.

'O silêncio é para os sábios'>> pensei agora.

Carrinho de mão, outra palavra frequente aqui, numa ilha, é tudo na mão. Sobe morro, baixa morro e os preços das coisas são todos iguais, pro morador, ralador que ganha 800 mangos falando três idiomas e com 10 anos de experiência em várias coisas, vai pagar o mesmo, em tudo que o turista. Àquele alemão, suiço, acostumados com suas moedas que valem, duas, três vezes mais, que vêm cá com o intuito de gastar, é a mesma coisa, sem desconto pra quem mora aqui, e vive todo o dia diversas dificuldades que estar numa ilha te proporciona.

Nova schin, a grande palavra em cerveja, afinal pra um calor desses, quanto mais leve melhor, '..senão ninguém aguenta,..' me disseram, e é verdade creio, tive uma experiência dessas outro dia, e ainda nem estamos no verão... a heinneken desceu mallll!

Por isso a luta, o que beber: cerveja ruim ou um forte? Outra complicação é que a breja boa, ou não tem, ou é long-neck-cara.

Encontrei um bacana, lugar legal, cêntrico e pessoal bacana, bavaria forte, premium, 6 mango e seeeempre trincante, dai desce bem, pois 'é o lúpulo', né! Como disse uma vez pra mim um entendedor, lúpulo ruim, cerveja sempre muito gelada, já a cerveja boa até quente vai bem; é verdade, ja comprovei!

Manteiga, tudo é manteiga, que surpresa até que desagradável, frente as quantidades imensas de calorias e mais que ela oferece, margarina jamais; e muuuita farinha, não farofa, farinha! Pura e pó, seca. Com tudo e sempre! Realmente enche, hoje entendo a barriga cheia de farinha e água. . . até quando esse saco fica de pé, nem sei, mas por um tempo fica.

Io> prova disso...

Nossa, dançei um bocado ontem, filmaram, aliás ta virando normal isso já>> filmarem! Ontem até brinquei com um celfilmadora, coloquei a mão na frente do flash no fim de um Grande passe 'ao meu modo', HA, dá risada! O pessoal curte, até aplaudiram outro dia na Toca, lugar no meio do Morro, reservado para chill sessions no pôr-do-sol, inacreditável, aquela foi nova...

Em Barcelona, uma vez, um cara ficou tão feliz se projetando em mim enquanto eu dançava que me deu até um abraço, e um beijo no rosto, daqueles que você dá quando encontra um grande irmão. Caraca, a alegria dele me contagiou, dei risada instantaneamente, foi uma memória pra vida.

Arroz com leite de coco fresco, pega o coco seco, tira a carne dele com uma colher e joga no liquidificador, daí pega um tule, tecido, rede e aperta ele pra sai só aquele leite, esse sim é o verdadeiro leite de coco. Nossa, é uma dádiva. Aliás, o momento que tive hoje comendo um prato de camarão ao molho delicioso, com pé na areia olhando mar de frente, 'foi divino'>> como minha irmã gosta de dizer de uns tempos pra cá.

Moqueca, muita moqueca e toda hora é muito bem-vinda, acarajé também, suco de cacau é comum também; ah, mas acho muito estranho, leitoso, se posso, passo. Camarão pistola, esses são os caros, maiores também. Aprendi também a decorar os nomes da sequência da lua, te digo que o site climatempo me ajudou, com a visualização deles lá, bem claro>> o nome difícil, minguante, você deixa de lado e parte pra aniquilação, porque o outro nome é o crescente, fora os básicos que são quando está cheia, ou nova, logo, minguante, é quando passa da cheia, se transforma em minguante, YES!!!! mais uma vitória>>

Decorei, depois de 30 anos, agora gravei, acho.
Porque entendi.

Outra que aprendi é que São Salvador foi sim o nome de Salvador, no começo, pois hoje em dia San Salvador é capital de El Salvador, né! E que nascidos em Salvador - Bahia, são soteropolitanos, que loucura hein! Nem imaginei isso.

Outra também é que além da ValêncIa, na Espanha, também existe ValenÇa, sem i>> A Grande capital aqui ao lado, nossa quando cheguei achei isso muito 'analfabético'. Hoje, depois de meses, acho estranho falar ValêncIa, como se fosse um 'gerundismo', pode uma coisa dessas? Como nossa mente se acostuma com o novo. . .

Escutei uma nova também outro dia, com uma situação bizarra que aconteceu com uma baleia aqui e impactou toda a Vila>> Que os machos baleia são fieis até a morte, a fêmea também, que bacana isso.

Acho tão engraçado a gente se achar Super Superior aos animais, e eles na verdade mostram sinais de talvez maior evolução que nós, por exemplo>> mais eficientes em caça, maior harmonia entre espécies, a vivência regrada, mesmo com uma alimentação verde, e sem nem começar a brincar com os sentidos; olfato de grandes predadores que sentem um cheiro a quilômetros, ou gatos que escutam assim também, ao equivalente radar natural do morcego, visão de águias, ouvidos até embaixo d'água de tubarões e pressentimentos de todos animais com chuva, tanto fora como dentro d'água, com passarinhos, peixes.

Inacreditável esse mundo que vivemos>>

Mapa antigo do porto de Salvador
Mapa antigo da Bahia de Todos os Santos, Salvador
Vi vários quadros, quero comprar, já penso em alguns para presente e outros que quero levar, gosto de vários, deixo para meus pais verem os que eles gostam mais. Mas creio que pelo menos três abstratos rolam, mais uma sequência de miúdos, com um outro feito de tecido, bem interessante, e uma estátua breve estilo caçador africano. Uma máscara de buda, dez, e quem sabe uma outra que adorei, que sem querer é a mais cara, mas tão simples>> só que veio de Angola, parece, por isso, meio verde fungo com um brevíssimo toque de vermelho nas laterais, mas acho que levo viu.

Fora um outro estilo, que adoro tipo pintando com espátula, lindo. e quero ver um prato de cerâmica para meus pais também + uma mochila já esta em vista, mas vamos ver, 80 mango!!! Mas dez. . .outras duas maletinhas dàquelas que busco a uma vida já>> de couro quadrada tipo viajante, somado a um chapéu, só falta mesmo um guarda-chuva legal daqui.

Outra que aprendi é que você pode sempre falar dos outros mas no final, quando você para pra ver, de cabeça fria. . .

É sempre você

Aipim também se fala, pra mandioca, carne vi pouco aqui, mas poucos que encontrei sobre isso, disseram que amavam carne, engraçado, onde se pode ter polvo, lagosta, caranguejo, camarão, a rodo, vontades tão requintadas em muitas partes da nação, e pessoas, que curiosamente, imagino que uma boa palavra, sejam tão afins de carne.
Outra, cidades que começam com Ita, têm base indígena e seguem algo, como itabuna, itacaré, itaparica. E queria entender, o que ainda é difícil, quem colocou salsicha no café da manhã>> umm dia, quem sabe.

Energia, é, a energia numa ilha flui mais intensa, já estamos sem tanta poluição quanto numa cidade com muita coisa construída, bloqueando o fluir natural do vento, das coisas, aqui não, tudo corre, firme, leve, seguro, pelos morros, sobe e desce e o vento leva pra todos os lados tudo. Por isso, uma vontade aqui tem grande força, não vejo muito da minha parte, mas vejo dos outros, que as vontades de muitos se realizam, se cumpre, é como uma força natural comum dos locais, que querem que o local seja cada mais inacessível, uma vez que já tem bastante gente aqui; e indo e vindo, querem o turismo sim!

Ao modo deles, mas não novos vizinhos.

Percebe-se até mesmo uma certa irritabilidade com os novos que chegam para ficar, um lugar onde o povo já não têm mais paciência com esse ritmo de ir e vir.

No fim de tarde, curti um café com cointreau, nossa que delícia, queria baileys, mas é o que tinha e gostei mesmo, nem me lembro quando tomei cointreau, o sabor de laranja é muito predominante, e bem diferente do que esperei, o açúcar super ameno, logo ficou dez meu café>> e na hora me veio a idéia de uma bola de sorvete de creme, somente.

Nooooossssa, maravilha, mas me contentei com o cafezin batizado mesmo.

E o chocolate aqui é caro hein, e como, quase o dobro do que da cidade. A cerveja também, talvez por causa do calor, a busca, e o peso que é trazer pra cá, merece mesmo>> e a gente merece também ganhar mais.

Quê mais Bahia? Recentemente que me dei conta, Bahia sem h baia, igual de mar, nossa, nunca tinha prestado atenção. Como muitas palavras de certa forma provenientes naturais se perdem na cidade grande, do concreto natural.

Algodão cru, aproveite pra comprar as roupas com algodão cru, são as melhores pra se terem um lugar assim.

Nunca usei tanto chinelo quanto aqui, tudo que quero quando sair, é minha podóloga + uma bela hidratação com o óleo dela lá e uma massagem pra um pé que anda todos os dias.

Um me disse que já estou aqui um tempo significante, Obrigado, tambem acho! Muitos dizem que acabei de chegar, alguns se espantam que estou aqui todo esse tempo e nunca me viram>> isso é bom, andar 'under the radar', but, eu penso>>

Estou aqui só de passagem, logo mais vou embora. Aceite o que a vida te dá, pois ela te dá tudo que você precisa,
pra se superar.



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