terça-feira, 6 de outubro de 2015

Diário de um Viajante* - Morro de São Paulo part. 4

Que diazinho esse viu, chuva, de novo! Do jeito da temporada de chuvas, igualzinho, o dia todo... perrengue, barro, areia, espirra, suja roupa, a única que se tem limpa, as pessoas te cutucam, logo nesse dia, o dia todo, todo o tempo, por quê? E por quê esse gato tá miando, no telhado, na chuva? O que vou fazer? >>Sair na chuva, nesse dia que já vira noite cada vez mais rápido, e quê? Subir nesse telhado quebrado, escorregadio na chuva no escuro e me quebrar também? Afinal, o que esse gato quer, se machucou talvez, talvez seja essa mais uma prova pra nós? E nisso, esse mosquito que näo sai da minha tela jamais!


Nessas horas, depois de um dia todo parecido, somado a meses piores e já há quase um ano isolado, que simplesmente não sei, simplesmente não sei! Se saio correndo pelado na chuva, no escuro, se fico e choro, se ligo pra algum querido e digo tudo aquilo que nenhum de meus queridos seres irão compreender e a verdade é isso, não irá ajudar ninguém, vou dizer, que dia! Enquanto luto pra decorar, facilitar e digitar os códigos de acentuação correta em português, já que meu teclado é italiano e logo, acentos no mínimo contrários.

E isso claro, no escuro! Imagina, digitar sem perder o pensar enquanto o gato ao lado mia no telhado quebrado embaixo de chuva, e você também no escuro pra ver se a paz reina um pouco e se talvez, também, ninguém aparece pra te perguntar nada, ou na verdade pra te apurrinhar o osso, nisso, tentando acertar códigos com a paciência de um cego novato e a música rolando, de uma cantora que manda bem por aqui na ilha.

Válido, sem dúvida, e aliás, incentivo sempre o pessoal pra vender cd e gravar, acho sempre muito válido, principalmente esse pessoal que basicamente todos que conheci mandam muito bem daqui da ilha; bom, pelo menos tenho isso, tudo, consegui um banho quente, um cachorro que gosta de mim, e que não é meu, claro, pra me receber ao chegar em casa, uma cerveja de dias na geladeira pra te lembrar a não levar a vida tão a sério, já que seu chinelo fica pro lado de fora do quarto, pra evitar sujar tanto seu pequeno espaço úmido, um salgadinho se quiser, dinheiro que você esqueceu e saiu sem, se der a louca de caminhar na chuva pra comer algo, mas pense muito bem no que estará aberto, do contrário, só vai molhar o pé na água fria depois de se sentir confortável com o banho pós trabalho.

Músicas de Morro de SP - Júlia Moreno, Cabanas do Berni, Dj Zonato, Dayane Felix, Lucas Rosa, Melone & Souza
Cds de Morro de SP - Júlia Moreno, Cabanas do Berni, Dj Zonato, Dayane Felix, Lucas Rosa, Melone & Souza
Meu novo PC que demorei muito pra comprar é, creio, ser meu maior companheiro depois de bolsas e mochilas que são, estão, sempre em meu ombro direito e esquerdo. E assim, aqui escrevo, tá bom, tá bem, tá ótimo! Vivemos, ainda, principalmente nesses momentos, não sei bem porque vivo assim, dessa forma, nesse lugar, mas esse pensar me traz um peso muito estranho e incômodo, sufocante que daí sim 

>> um ser sai mesmo, correndo, pelado, na chuva, no escuro, e de cima do morro, pois vivo aqui, em cima do morro...


Se esquivando desse peso de pensamento, não penso mais e escuto o cover da cantora daqui com Elis, 'você me pergunta pela minha paixão, digo que estou encantado com um nova estação... já faz tempos eu vi você na rua, cabelo ao vento gente jovem reunida,...', acho que depois de tentar, não adianta, você nunca muda um lugar

>> Vou embora pra São Paulo... depois de três meses morando numa ilha, e na Bahia. OBRIGADO, chega!

httpwww.hoteisepousadas.blog.brwp-contentuploadscidade-sao-paulo.jpg

A única solução pra terminar melhor é tomar um Red Label ao som acústico de um italiano cantando músicas boas e um rodízio de pizza, hoje até pizza doce vai fazer parte pra completar a noite, guaraná antarctica gelado, 'por favor', no final também, e a reserva de um presente caro pra irmã, que vale tudo!

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ilPassagier

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